sábado, 7 de julho de 2012

Após muitos adiamentos, inauguração do Aeromóvel do RS fica para 2013

05/07/2012 - Sul21

Encerramento das obras para aeromóvel de Porto Alegre está prevista para o dia 20 de dezembro de 2012

Por Nícolas Pasinato

Após imprevistos ao longo da construção do aeromóvel de Porto Alegre, que geraram adiamentos na previsão de inauguração do transporte, e depois de cerca de 30 anos de espera desde o surgimento do projeto, a conclusão do empreendimento parece estar próxima. Dia 20 de dezembro é a data marcada para o fim das obras e em janeiro de 2013 começarão os testes do aeromóvel, o que se espera ser o último capítulo dessa novela.

Pretende-se, porém, que o longo tempo de espera pelo aeromóvel seja recompensado com uma melhor acessibilidade ao aeroporto Salgado Filho, uma vez que a linha do transporte liga o aeroporto com a estação mais próxima da Trensurb. Ele contará com dois veículos, um com capacidade para transportar 150 passageiros e outro com 300 lugares, que irão operar um de cada vez, conforme a demanda.

Um dos empecilhos que adiou a operação do aeromóvel na Capital neste ano foi o fato de terem encontrado “algumas redes subterrâneas não cadastradas ao longo do trabalho”, justificou o gerente de desenvolvimento de engenharia da Trensurb, Sidemar Francisco da Silva. Além disso, Sidemar cita o cancelamento do contrato específico para a construção das estações do aeromóvel pela Arcol Engenharia, como um dos fatores que retardaram a conclusão das obras.

“Se tudo tivesse ocorrido bem, em outubro ou novembro as estações já estariam concluídas”, afirma ele. Uma nova licitação foi aberta e assinada em junho deste ano. Agora a responsável por erguer as estações é a Rumo Engenharia, que já deu início as obras, tendo concluído cerca de 7% dessa etapa.

As outras fases do empreendimento já estão bem adiantadas, segundo o Trensurb. Tanto a construção da via elevada quanto o pacote tecnológico (que envolve, por exemplo, sistema de controle, sistema de propulsão, execução dos projetos, fiscalização das obras civis e da fabricação dos veículos) estão 79% finalizadas. O investimento total da obra é de R$ 33,8 milhões.

Com o projeto piloto desenvolvido, a tendência é que cresça o interesse para a implementação do aeromóvel em outros locais. A cidade de Canoas já manifestou essa intenção, tendo assinado inclusive um termo de cooperação e intenção para a construção do transporte no município. Foi divulgado também que a capital teria o desejo de construir um aeromóvel na Zona Sul. “Temos ainda o objetivo de colocar linhas em universidades e no bairro Humaitá”, acrescenta Sidemar.

Sonho perto da realidade

O engenheiro Oskar Coester pode enfim ver sua ideia inovadora sendo concretizada em solo brasileiro. Natural de Pelotas (RS), Coester pôde observar seu trem aéreo movido a ar funcionando longe de sua região, já que há 23 anos foi implantado com êxito um aeromóvel na Indonésia. A demora do projeto em sair do papel no Brasil, segundo o engenheiro, se deve à complexidade da obra.

Perto da conclusão do empreendimento, Coester – que conversou com o Sul21 em abril sobre o mesmo tema – relembra as motivações de sua invenção. “Desde o início do projeto foi levado em conta suas características econômicas e sustentáveis”, diz ele. Outro valor considerado foi o papel que ele empenharia na sociedade. “Desde meu primeiro emprego aprendi a lutar por uma sociedade melhor. Não existe bem-estar individual sem bem-estar coletivo. O objetivo maior de toda a empresa tem que ser primeiro o de servir a sociedade para depois servir a ela mesma”, defende.

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Trensurb prevê finalizar aeromóvel até dezembro

04/07/2012 - Jornal do Comércio

Oskar Coester, idealizador do veículo, considera viável o prazo estabelecido para finalização

Por Patrícia Comunello

A direção da Trensurb agendou para 20 de dezembro a conclusão do primeiro aeromóvel brasileiro. A conexão com quase um quilômetro, entre o Aeroporto Internacional Salgado Filho e a estação do trem metropolitano, em Porto Alegre, poderá ser aberta a passageiros em janeiro. O calendário foi admitido ontem pelo gerente de desenvolvimento de engenharia da estatal, Sidemar Francisco da Silva. A intenção dos executantes é cumprir a meta, após dois adiamentos devido a problemas na implantação do investimento de R$ 33,8 milhões, transformando o aeromóvel no presente de Natal para a cidade.

A etapa final do projeto será a conclusão das duas estações, situadas nas pontas do sistema e que começaram a ser construídas no começo de junho. Em agosto, a empresa que gerencia a obra, a Aeromóvel Brasil, projeta concluir a montagem da via elevada. Silva detalha ainda que, em outubro, os dois veículos de transporte (um carro para 150 passageiros e outro para 200) já estarão nos trilhos, o que permitiria dar a largada na integração com os demais componentes. No mês seguinte, a expectativa é começar a fazer os testes da automação e dos demais itens que compõem a tecnologia e operação. “Teremos mais de um mês de testes, colocando para início de janeiro a liberação. Todo sistema novo precisa de ajustes”, justifica o gerente da estatal.

A projeção do novo cronograma foi feita em reunião na semana passada entre a direção da Trensurb e a Aeromóvel Brasil, que faz a fiscalização e gerenciamento da implantação. Silva diz que não foi definido se haverá um ato oficial para marcar a entrega. “A inauguração será só quando o equipamento estiver pronto para transportar os usuários”, preveniu o gerente. Segundo o atual estágio, 79% da via elevada e dos sistemas de controle e propulsão e da composição dos trilhos estão completados, 84% da fabricação dos veículos e 7% das estações. O aeromóvel integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e é a obra mais avançada do pacote de mobilidade para a Copa do Mundo de 2014, que terá uma das sedes na Capital.

Na trajetória da execução, o mais recente aditivo ocorreu no contrato da fabricação dos veículos, que não implicou em aumento do valor, assegurou Silva. A T’Trans, que confecciona as encomendas em sua unidade em Três Rios, no Rio de Janeiro, reforçou a estrutura física dos carros, feitos de fibra de carbono, e acrescentou freios ABS. “Isso garantirá freada mais precisa. O projeto foi aprimorado”, valoriza o gerente. As melhorias ampliaram em seis meses a conclusão, que coincide com as demais etapas. O coordenador de contratos da T’Trans, Luiz Fernando Pereira, justificou que a execução é demorada pois o processo é artesanal e ainda não havia referência de construção em escala comercial no Brasil. “Aqui usamos mais aço na composição de trens, já no exterior é comum uso de fibra”, contrasta.

Já na sede da metalúrgica Coester, em São Leopoldo, estão encaixotados, à espera da transferência para a via elevada, os componentes mecânicos e elétricos do conjunto da propulsão, a ser instalado nos trilhos e que movimentará os veículos. Além disso, um protótipo do novo modelo de veículo é usado para testes. O equipamento, cujo motor foi construído em Caxias do Sul e o restante do pacote tecnológico foi montado no Rio, chegou há cerca de 15 dias em duas carretas. O volume deve-se à existência de dois conjuntos iguais, que operarão em sistema de redundância. “Se um falhar, o outro é acionado”, esclarece o criador do aeromóvel, Oskar Coester. O conjunto será instalado em cada ponta da extensão, nas estações de máquinas. O pai da tecnologia, que até hoje só foi implantada em Jacarta, capital da Indonésia, na Ásia, considera que o término da montagem em 20 de dezembro é viável, desde que nada mais aconteça fora do projetado.