quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Aeromóvel na Zona Sul depende de verba para financiar obra

09/12/2015 - ANPTrilhos

O projeto de criação de uma linha do aeromóvel do Centro Histórico até a avenida Juca Batista, na Zona Sul de Porto Alegre, voltou a ser debatido ontem na Câmara de Vereadores. Além da possibilidade de implantação e da discussão do projeto, entre os pontos levantados está a necessidade de definir uma fonte de recursos para a sua implantação e manutenção.

Em reunião da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara, o coordenador dos projetos MetrôPoa e Sistema BRT na Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Luís Cláudio Ribeiro, e o gerente de Desenvolvimento de Engenharia da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb), Sidemar Francisco da Silva, apresentaram projetos referentes ao sistema de transporte e a única experiência vigente, de conexão entre a estação de trem e o aeroporto da Capital.

Segundo Ribeiro, tudo começou com o Plano Diretor, em 1999, quando foram criados os eixos principais para a instalação da infraestrutura de transportes da cidade. Depois, o Plano Integrado de Transporte e Mobilidade Urbana (PITMUrb), de 2008, estabeleceu a maneira como Porto Alegre poderia integrar seus sistemas de transporte e as tecnologias a serem utilizadas, como o metrô e o BRT.

“A prefeitura trabalha com priorizações. Na época da Copa do Mundo de 2014, realmente se priorizou a criação de projetos de transporte, mas, agora, estamos com dificuldades de financiamento para algumas obras”, explica Ribeiro.

O projeto de construção de uma linha do aeromóvel até a Juca Batista foi iniciado em 2011, com a assinatura do protocolo de intenções para a realização de um estudo de viabilidade técnica de implantação desse trecho. Em 2012, foi contratada uma consultoria para fazer a pesquisa, que foi feita entre abril e dezembro de 2013.

Ficou definido que a Fase 1 da construção iria da Estação Mercado até a Praça Itália, próxima ao shopping Praia de Belas. A Fase 2 seria da Praça Itália até o bairro Cristal, no entorno do BarraShoppingSul. Por fim, a Fase 3 contemplaria o trecho entre o bairro Cristal e o final da avenida Juca Batista. No total, são 18 quilômetros de extensão previstos.

Para viabilizar o aeromóvel, seria necessário definir a fonte dos recursos para a sua implantação e manutenção. “Primeiramente, precisaríamos buscar recursos para o financiamento da obra e, após, para a manutenção do sistema. Hoje, nossos impostos municipais pagam os corredores de ônibus. Será que pagariam os aeromóveis?”, questiona o coordenador da EPTC.

O gerente da Trensurb relata que a experiência com a primeira linha, de apenas 814 metros, que opera comercialmente desde maio de 2014, é positiva. “Apostamos na proposta do aeromóvel e está funcionando muito bem. O consumo de energia é muito baixo, custa cerca de R$ 0,10 por passageiro, enquanto o gasto com energia em um metrô pesado custa em média R$ 0,55 por passageiro. Mas, é claro, um projeto da envergadura desse, até a Zona Sul, é muito mais complexo”, avalia.

Uma demonstração de como será a operação do aeromóvel em um trecho mais extenso será vista em Canoas, onde a prefeitura licitará, no ano que vem, a construção de uma linha de 4,6 quilômetros e sete estações, entre a avenida 17 de Abril, no bairro Guajuviras, e a estação Mathias Velho.

O presidente da Cuthab, vereador Engenheiro Comassetto (PT), se mostrou favorável ao uso do aeromóvel no lugar de ônibus. “Há possibilidade de substituir os ônibus que circulam na Capital nesse trecho da Zona Sul. Até o bairro Cristal, por exemplo, 75 mil pessoas circulam por dia com transporte público. Até a Juca Batista, são mais de 100 mil. O impacto ambiental de reduzir a quantidade de ônibus, logo de combustível fóssil queimado, seria positivo. Além disso, com o grande fluxo de usuários, viabilizaria economicamente a implantação”, opina. O parlamentar sugeriu, ainda, criar um fundo para juntar recursos para a construção da linha.
O aeromóvel é um meio de transporte automatizado, sem necessidade da presença de condutor, pois não possui motor. O motor se dá na via, que dá a sustentação e faz a propulsão, através do ar que circula com um ventilador e quatro válvulas de controle, que puxam ou empurram o veículo.

No aeromóvel do aeroporto da Capital, a velocidade máxima é de 65 km/h, e a oferta atual é de capacidade de 1,8 mil passageiros por hora por sentido. Entretanto, a oferta pode ser ampliada para até 4,5 mil passageiros por hora por sentido

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Empresa tem prazo de 18 meses para fabricar veículos do Aeromóvel

01/12/2015 – ConLicitação – São Paulo/SP

Os primeiros veículos que farão o trajeto do aeromóvel já estão encomendados. Serão seis unidades desenvolvidas pela Marcopolo, fabricante de ônibus de Caxias do Sul. A Linha 1 do sistema irá ligar a Estação Mathias Velho do trensurb ao bairro Guajuviras (até a Brigada Militar, na Avenida 17 de Abril). A empresa terá 18 meses para fabricar os aeromóveis, que já têm estudos realizados, de acordo com o diretor comercial e de marketing da Marcopolo, Paulo Gilberto Corso. “Agora faremos um protótipo. Acredito que não teremos dificuldades, apenas faremos algumas adaptações”.

Serão necessários ajustes nas áreas de propulsão e geometria para desenvolvimento do projeto adequado à necessidade de Canoas, conforme o diretor da Aeromóvel Brasil, Marcus Coester. “As alternativas são vias subterrâneas ou aéreas, mas a subterrânea criaria mais uma divisão na cidade”, analisa. O primeiro carro deve ser entregue em agosto de 2016 e, segundo o coordenador do Comitê de Assessoramento para a Implantação do Aeromóvel, o secretário da Fazenda Marcos Bósio.

Contrato assinado

O contrato entre a Aeromóvel Brasil S.A e a Marcopolo S.A, assinado nesta segunda-feira (30), prevê o desenvolvimento, design, fabricação e montagem de seis veículos para a produção de seis veículos para a integração ao sistema Aeromóvel do projeto da Linha 1 – Estação Brigada, até a Estação Mathias Velho do Trensurb. O prefeito Jairo Jorge destacou a inovação como um dos conceitos centrais que tem sido perseguido pela Prefeitura de Canoas para o desenvolvimento da cidade, “para a superação de um momento de crise, a partir de soluções novas”. O primeiro veículo feito de aço, alumínio e vidro deve entrar em funcionamento para testes em novembro. A previsão é de Marcos Bósio.

Tecnologia de referência

“É uma tecnologia robusta, uma evolução da que opera em Porto Alegre”, resume Bósio. No total, devem ser 15 veículos adquiridos pelo Município. O aeromóvel é a solução apontada pelo prefeito. “São 15 km de via, sem nenhuma desapropriação, em outros modais isso não existiria”, pondera e aposta que o sucesso do aeromóvel tornará a experiência de Canoas referência nacional e internacional. A primeira linha terá investimento de R$ 272 milhões, financiados pela Caixa Federal, e R$ 15 milhões de contrapartida da Prefeitura. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) vai custear R$ 600 milhões para a execução dos demais trechos.

Licitação aberta em abril

O processo de licitação para concessão do sistema será aberto em abril do ano que vem, segundo Bósio. “É um processo delicado, porque não há padrões, como custo”, explica. O trecho 2, de 4,8 km, ligará a Estação Mathias Velho ao final da Avenida Rio Grande do Sul. Serão sete estações. O trecho 3, com cinco estações, terá 3 km, do entroncamento das avenidas Farroupilha e Boqueirão, no Igara, até a Praça do Avião, Centro. No total, serão 25 estações. Nos três trechos, serão 21 estações, que terão cerca de 110 mil usuários/dia.

Como será

O aeromóvel deverá transportar cerca de 3,4 mil passageiros/hora na Linha 1. Os veículos terão capacidade para transportar 300 passageiros e circularão de forma simultânea. Devem levar em média 12 minutos para percorrer o trajeto de 5,9 km. Na estação do aeromóvel ficará apenas o acesso às escadas e elevadores, além de bicicletário. A plataforma de embarque e desembarque será aberta. A área total é de 310 m². O telhado da estação é ecológico. Linhas alimentadoras de ônibus circularão dos pontos mais distantes dos bairros até a estação mais próxima.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Canoas (RS) prepara licitações para ter Aeromóvel

03/12/2015 - Revista Ferroviária

A Prefeitura de Canoas, no Rio Grande do Sul, pretende lançar a partir deste mês os editais necessários, cinco no total, para viabilizar o início da implantação do Aeromóvel na cidade. A informação é do secretário municipal da Fazenda e coordenador do comitê de implantação do Aeromóvel de Canoas, Marcos Bosio, que ministrou palestra ontem (02/12) no 2º Fórum Movecidades, realizado em São Paulo.

O Aeromóvel utiliza tecnologia 100% nacional, conta com um sistema de propulsão a ar movido por ventiladores elétricos e já integra a linha da Trensurb, de Porto Alegre, ligando a Estação Aeroporto ao Aeroporto Salgado Filho, em um trecho de cerca de 1 km.

A cidade de Canoas, que faz parte da Região Metropolitana de Porto Alegre e hoje é parcialmente atendida pela Trensurb, prevê a construção de três ramais de Aeromóvel (Trecho I - Leste, Trecho II - Oeste e Trecho III - Central), que devem totalizar quase 15 km de extensão. Segundo Bosio, a principal vantagem para a viabilização do Aeromóvel é que não haverá gastos com desapropriações, já que o modal é implantado no mínimo a cinco metros e meio do chão, sustentado por colunas instaladas nos canteiros centrais ou laterais das ruas e avenidas. Além disso, não há a necessidade de um operador a bordo do veículo.

Para o Trecho I, que ligará o Centro à região do bairro de Guajuviras, a Prefeitura de Canoas contratou a empresa detentora da tecnologia do Aeromóvel para elaboração dos projetos executivos. Caberá também a empresa colocar o sistema em operação de teste, gerenciando o projeto e fiscalizando a execução das obras civis. No que diz respeito às obras civis, são cinco licitações previstas para ocorrerem entre dezembro de 2015 e junho de 2016, para o remanejo da rede elétrica e lógica; o remanejo de adutoras; a montagem da via elevada; a construção das estações; e a reurbanização ao longo das vias. As obras do trecho estão programadas para até outubro de 2017.

Os Trechos II e III ficarão a cargo de uma concessionária, ainda a ser contratada pela Prefeitura. O custo de implantação será assumido pelo Município. Os estudos para contratação desta concessionária já estão em andamento, assim como o estudo para definição do número de passageiros necessários para cobrir os custos da operação.

Serão duas fontes de financiamento para o projeto em Canoas: PAC, via Caixa Econômica Federal (Trecho I) e Finep (Trechos II e III). A obra completa, com 22 estações e 21 veículos Aeromóveis, está orçada em cerca de R$ 800 milhões.

As carrocerias dos veículos serão fabricadas pela Marcopolo, que deve entregar a primeira unidade até agosto de 2016. Os veículos devem ter em torno de 15.800 kg e capacidade para transportar 300 passageiros, em uma relação de 53 kg/passageiros. O sistema em Canoas deve ter capacidade para até 24.000 passageiros/hora por sentido, com velocidade comercial aproximada de 28 km/h. A previsão de início da operação experimental dos veículos, em trecho reduzido, é novembro do 2016.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Marcopolo vai fornecer Aeromóvel para Canoas

01/12/2015 – Via Trolebus

Conhecida por fornecer carroceria para ônibus urbanos, e principalmente rodoviários, a Marcopolo acaba de assinar um contrato para fornecimento de veículos ferroviários.

A empresa com sede na cidade de Caxias do Sul deverá desenvolver o design, fabricação e montagem de seis caixas/carrocerias para o projeto da linha Guajuviras-Canoas.

Cada veículo terá capacidade de 300 passageiros. Ao todo, o sistema de Aeromóvel de Canoas terá 15 veículos que vão percorrer 14 quilômetros e 25 estações em três linhas. A primeira linha deve estar em funcionamento em 2016. A rede de aeromóvel de Canoas devem ser divididas da seguinte maneira:

Linha 1: entre a Estação Mathias Velho da Trensurb e a Avenida 17 de Abril, no bairro Guajuviras, com seis quilômetros.

Linha 2: entre Estação Mathias Velho da Trensurb e final da Rua Rio Grande do Sul, no mesmo bairro, com 4,8 quilômetros.

Linha 3: entre o entroncamento das avenidas Farroupilha e Boqueirão, no bairro Igara, à Praça do Avião, no Centro, num total de 3 quilômetros .

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Trensurb participa de ato de assinatura de contrato para fornecimento de veículos do aeromóvel de Canoas

30/11/2015 – TrensUrb – Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.

Na manhã desta segunda-feira (30), a Prefeitura de Canoas promoveu ato de assinatura do contrato de fornecimento de veículos para o sistema do aeromóvel do município, cuja primeira fase prevê ligação entre a Estação Mathias Velho da Trensurb e o bairro Guajuviras. Ocorrido no Paço Municipal, o evento contou com a participação da Trensurb, que integra o comitê de assessoramento para implantação do sistema no município, juntamente com administração municipal, Caixa Econômica Federal e Aeromovel Brasil S.A. Representaram a empresa metroviária na ocasião o diretor-presidente Humberto Kasper e o superintendente de Desenvolvimento e Expansão, Nazur Garcia.

O contrato de fornecimento dos veículos foi firmado entre a Marcopolo S.A. e a Aeromovel Brasil, empresa detentora da tecnologia e responsável pela implantação do modal em Canoas. O prefeito Jairo Jorge também assinou o documento dando anuência à operação. Os termos preveem a fabricação de seis veículos pela Marcopolo para serem integrados ao futuro sistema.

Em sua fala no evento, o diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper, destacou que o projeto do aeromóvel no município significa geração de renda e de soluções. Kasper elogiou ainda a iniciativa e o empenho do prefeito pela concretização do projeto. “Canoas será um exemplo para o Brasil e para o mundo”, afirmou. “Hoje, com os novos desafios do século 21, há necessidade de um novo caminho para a mobilidade. A alternativa é o transporte coletivo, de excelência. E o aeromóvel é uma solução efetiva, porque trabalha, de um lado a mobilidade, e de outro, a sustentabilidade”, declarou, em discurso, o prefeito Jairo Jorge.

Aeromóvel em Canoas

Em 2014, o município e a Aeromovel Brasil firmaram contrato para a realização de estudos e projetos do sistema, prevendo também que a empresa adquirisse os veículos, com a concordância da Prefeitura. O comitê de assessoramento para implantação do aeromóvel realizou visitas técnicas à Marcopolo, em Caxias do Sul, para avaliar as condições técnicas e financeiras do negócio.

A fase atual é de implantação da primeira fase da linha 1, que terá 4,6 quilômetros e sete estações, desde a estação Brigada, no bairro Guajuviras, até a Estação Mathias Velho da Trensurb. A Aeromovel Brasil realiza a sondagem do solo para implantação dos pilares da via elevada.

A linha metrô-aeroporto do aeromóvel

Iniciativa da Trensurb, a primeira linha da tecnologia aeromóvel em operação comercial no Brasil já transportou mais de dois milhões de passageiros entre a Estação Aeroporto do metrô e o Terminal 1 do Aeroporto Internacional Salgado Filho. O projeto foi totalmente desenvolvido no país, usando tecnologia 100% nacional, de baixo custo de implantação e operacional, além de reduzido impacto ambiental. Funcionando alternadamente conforme a demanda, dois veículos (um com capacidade para 150 passageiros, outro para 300) suspensos, movidos por propulsão pneumática, permitem a integração gratuita e acesso rápido e direto dos usuários do metrô ao terminal aeroportuário. O trajeto de 814 metros, com duas estações de embarque, é percorrido em 2 minutos e 50 segundos.

Além de qualificar o acesso ao aeroporto, o empreendimento cumpre diretriz do governo federal para empresas estatais de investir em projetos de infraestrutura e inovação tecnológica e fomentar o desenvolvimento da indústria nacional.