terça-feira, 28 de novembro de 2017

Empresa propõe reativar aeromóvel na orla de Porto Alegre 35 anos depois

27/11/2017 -   GaúchaZH

Ideia é recuperar e ampliar o traçado já existente para funcionar sob operação privada

MARCELO GONZATTO

Omar Freitas / Agencia RBS
Omar Freitas / Agencia RBS
Construída nos anos 1980, linha de testes poderia ser utilizada para fazer ligação entre o Centro e a zona sul da Capital

O debate sobre a implantação de linhas de aeromóvel em Porto Alegre voltou a ganhar fôlego. A empresa Aeromóvel Brasil S/A apresentou à prefeitura uma proposta de revitalização e ampliação do trecho de testes já existente, localizado nas proximidades da Usina do Gasômetro, para entrar em operação regular 35 anos depois de sua construção.

A intenção é buscar o aval do município para que a iniciativa privada coloque em uso e opere a antiga linha depois de ser renovada e ampliada por uma distância ainda não definida. Estimativas de demanda, custos e o trajeto final ainda serão detalhados em estudos a serem realizados em um prazo estimado de seis meses.

— A ideia é achar um traçado viável e que tenha demanda, que se encaixe no sistema de mobilidade da Capital, para entrar em funcionamento como uma operação privada — afirma o CEO da Aeromóvel Brasil, Marcus Coester.

Na manhã desta segunda-feira (27), a empresa entregou a representantes da prefeitura uma proposta de manifestação de interesse para desenvolver o projeto na cidade sem necessidade de recursos municipais. É um primeiro passo para a proposta ser melhor estudada e ganhar contornos mais claros. Uma das definições pendentes é o modelo jurídico que poderia ser adotado caso a ideia avance, combinando o investimento e a operação privados com a gestão pública da mobilidade urbana.

Em relação ao traçado, há diferentes possibilidades no horizonte — todas aproveitando o trecho de linha já existente. Uma delas prevê a interligação do Centro com a Zona Sul. Em 2013, mediante um acordo de cooperação entre a prefeitura e a Trensurb, chegaram a ser realizados estudos de demanda para esse eixo, que previa três fases de implantação: do Mercado até as proximidades do Praia de Belas Shopping, de lá até o Cristal, e um último percurso até a Juca Batista. Estimou-se que a ligação entre o Mercado e o shopping — uma das mais cotadas para sair do papel — movimentaria algo em torno de 30 mil passageiros por dia.

Amauri Fausto / Agencia RBS
Amauri Fausto / Agencia RBS
O veículo antigo e seu idealizador (arquivo)


O projeto acabou arquivado. Um dos desafios, segundo o gerente de Planejamento de Mobilidade da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Luis Claudio Ribeiro, é garantir que trajetos curtos como a rota Centro-Praia de Belas (com pouco mais de quatro quilômetros) sejam viáveis financeiramente sem valores elevados de passagem ou subsídio público. Marcus Coester garante que um número mínimo de 20 mil passageiros por dia já tornaria o sistema sustentável.

Por isso, a iniciativa privada estaria disposta a tocar a obra mesmo sem dinheiro da prefeitura — o prefeito Nelson Marchezan já informou ao empresário que é uma condição para a continuidade das negociações.

— Com 20 mil passageiros, é possível colocar o aeromóvel em funcionamento com um valor de passagem equivalente à de um ônibus, algo próximo de R$ 4 hoje — afirma Coester.

Omar Freitas / Agencia RBS
Omar Freitas / Agencia RBS
Estrutura hoje nas proximidades do Gasômetro

Outra possibilidade seria erguer um percurso em formato de anel seguindo o traçado da Primeira Perimetral — ao longo das vias Loureiro da Silva, Mauá, Conceição e do Gasômetro. As linhas gerais do plano foram apresentadas durante o seminário Aeromóvel — Solução ou Utopia? realizado pela Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs). Até pouco tempo, os vagões impulsionados por ar disputavam atenção e recursos com concorrentes como metrô e BRT. Como o metrô está momentaneamente descartado, e os BRTs previstos para a Copa de 2014 não foram implantados, o aeromóvel voltou a ganhar visibilidade. Os rumos da proposta vão depender, a partir de agora, dos novos estudos a serem apresentados ao município.


terça-feira, 13 de junho de 2017

Projeto de expansão do Trensurb prevê aeromóvel em cidades da região

13/06/2017 - Diário de Canoas

O projeto de expansão do Trensurb prevê ampliação dos atuais 46 quilômetros para cerca de 115 quilômetros, com o uso de linhas do Aeromóvel em novos trechos entre Porto Alegre e Novo Hamburgo e também em Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada e Viamão, cidades hoje fora do sistema. 

A proposta faz parte de um estudo da empresa Aeromóvel do Brasil e da China Railway First Group Engenharia (CREC) entregue, nesta segunda-feira (12), ao secretário-executivo do Ministério das Cidades, Marco Aurélio de Queiroz Campos, em reunião na Casa Civil da Presidência da República. 

“Voltamos ao assunto já abordado em janeiro e com os chineses, que são os investidores, reafirmando o interesse em discutir com o governo na esfera do investimento e aumento do negócio”, resume o diretor-executivo da Aeromóvel do Brasil, Marcos Coester, que participou da reunião acompanhado dos representantes da CREC no Brasil, Zheng Jianya e Song Jingjing. 

Segundo Coester, a perspectiva é de avanços na negociação nos próximos meses, visto o governo federal aguardar pelo término de um estudo de “valuation” da Trensurb, ou seja, uma avaliação da estatal quanto a preço, fluxo de caixa e gargalos da atual estrutura, que deverá estar concluído em prazo de 180 dias. “E esse é um ponto que também precisa ficar claro até para quem tem intenção de investir na Trensurb”, observa Coester, entendendo que a discussão também precisará começar a envolver o governo gaúcho e os próprios municípios para avançar. 

Até Canudos 

Uma linha de aeromóvel ligará o Centro de Novo Hamburgo até o bairro Canudos, o mais populoso do Município. A proposta é de que o trecho tenha quatro quilômetros, com dois terminais e duas estações. A estimativa é de que mais de 65 mil pessoas usem por dia o aeromóvel. O veículo tem capacidade para 300 pessoas e trafega a 40 km/h. 


sexta-feira, 9 de junho de 2017

Lançado edital para construção de estações do aeromóvel de Canoas

09/12/2016 - Prefeitura de Canoas

Divulgação
O sistema aeromóvel irá beneficiar 211 mil pessoas na cidade
O sistema aeromóvel irá beneficiar 211 mil pessoas na cidade

Serão cincos estações do Sistema Aeromóvel. A obra será realizada entre as avenidas Boqueirão e 17 de Abril, trecho da Linha 1 do aeromóvel. 

O Diário Oficial de Canoas divulgou, nesta sexta-feira (9), o Edital 404/2016 (modalidade Concorrência Pública Internacional) para contratação de empresa que irá executar a construção de cincos estações do Sistema Aeromóvel, com critério de julgamento de menor preço global. A obra será realizada entre as avenidas Boqueirão e 17 de Abril, trecho da Linha 1 do aeromóvel. As propostas deverão ser apresentadas no dia 11 de janeiro de 2017, na Sala de Licitações, situada na Rua Frei Orlando, 199, 4º andar, centro de Canoas. O regulamento do edital está disponível no site da Prefeitura www.canoas.rs.gov.br.

Obras 

A Prefeitura de Canoas recebeu, nesta sexta-feira (9), a segunda remessa de tubos para readequação de adutora de água na Avenida Boqueirão. Já foram entregues 1.330 metros, de um total de 3 mil de canos. Nesta semana, foi instalado o canteiro de obras para substituição da adutora que passará pelo canteiro central da avenida. A obra de execução da nova rede elétrica para implantação da Linha 1 do aeromóvel está com mais da metade concluída - um total de 55%. 

Montagem 

A partir de abril de 2017, serão montados os seis veículos que funcionarão na primeira fase. Os trilhos e fixadores já estão disponíveis para a estrutura da via elevada.

No final de novembro, também chegaram os seis ventiladores e dutos que serão utilizados na primeira fase do Sistema Aeromóvel de Canoas.

Via elevada 

A concorrência pública para construção da via elevada está em andamento. 

Comitê Gestor

O Município mantém um Comitê Gestor do Aeromóvel, coordenado pelo secretário da Fazenda, Marcos Bosio. As obras são fiscalizadas pelo Escritório de Engenharia e Arquitetura.


Crédito da notícia: Alessandra Obem - MTB 6784

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Projeto do aeromóvel para a Região Metropolitana tem investimento estimado de R$ 10 bilhões

11/03/2017 - Zero Hora

Um projeto de implantar linhas de aeromóvel entre municípios da Região Metropolitana ganha força no governo federal como alternativa ao metrô subterrâneo ao prever investimentos estimados em cerca de R$ 10 bilhões. 

O recurso para implantar oito linhas de aeromóvel para transporte de massa seria desembolsado pela iniciativa privada em troca da concessão da Trensurb por 30 anos — e um provável aumento na tarifa. Gigante chinesa da construção, a companhia China Railway First Group (CRFG) tem interesse no negócio e deverá apresentar ao Planalto um estudo mais detalhado, elaborado em parceria com a empresa gaúcha Aeromóvel do Brasil, no dia 21 de março. 

A ideia de criar uma rede de transporte com quase cem quilômetros de vias elevadas para aeromóvel conectadas a estações do trensurb avança em Brasília. Na semana passada, representantes da CRFG e da Aeromóvel apresentaram um esboço do projeto aos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e das Cidades, Bruno Araújo — responsável pela pasta à qual a Trensurb está vinculada. Padilha e Araújo deram sinal verde para as empresas detalharem um plano com análise de viabilidade mais precisa e um esboço do possível modelo de concessão da Trensurb. Técnicos da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, subordinada ao Ministério das Cidades, também deverão apresentar um relatório sobre o sistema metropolitano. 

Os chineses avaliam que a integração viária abrangendo 11 municípios seria capaz de movimentar 1,4 milhão de passageiros por dia e criar um negócio autossustentável. Hoje, o fluxo diário de passageiros apenas no trensurb gira ao redor de 200 mil, e a passagem de R$ 1,70 é subsidiada pela União. Como a operação do trem é deficitária, o governo federal é simpático à ideia de a iniciativa privada assumir a gestão do sistema, que contaria com uma nova tarifa ainda não definida. 

O aeromóvel também ganha terreno em razão do menor custo e maior facilidade de implantação. Em Canoas, onde o município decidiu buscar financiamento de R$ 272 milhões para instalar por conta própria um primeiro trecho de 4,6 quilômetros, o custo ficou em cerca de R$ 60 milhões por quilômetro. O preço estimado para o metrô subterrâneo na Capital, agora descartado, chegava a ser quase 10 vezes maior. A via elevada também não exige desapropriações. 

Estimativas preliminares indicam que a implantação da rede de aeromóveis custaria entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões, mas, conforme a CRFG, ainda não foi calculado o valor da modernização das estações e da frota da Trensurb — o que também faria parte do negócio. Mas o projeto deve enfrentar críticas e desconfianças antes de sair do papel. O aeromóvel, que hoje funciona em uma linha com menos de mil metros no aeroporto, ainda não foi implementado como meio de transporte de massa. O Sindicato dos Metroviários condena a proposta. 

— O aeromóvel serve para trechos curtos, não para transportar milhares de pessoas. Além disso, o subsídio na passagem é um dos poucos retornos que o cidadão tem dos seus impostos — avalia o presidente do Sindimetrô, Luis Henrique Chagas. 

O diretor da Aeromóvel do Brasil, Marcus Coester, garante que os veículos conseguem levar até 40 mil passageiros por hora em uma direção, cerca do dobro do necessário para atender a um corredor como o da Assis Brasil, em Porto Alegre. 

Especialista em transporte e diretor de Cidades Sustentáveis do WRI Brasil, entidade que reúne ONGs em vários países, Luis Antonio Lindau sustenta que o aeromóvel é um tipo de sistema de média capacidade adequado para a criação de redes integradas de transporte. 

— O importante é ter acessibilidade, ou seja, muitas estações por quilômetro quadrado. Nesse sentido, vale mais uma rede com muitas estações do que uma linha isolada de metrô — analisa Lindau. 

Plano de expansão do aeromóvel é apoiado por gigante da construção 

Por trás da ideia de interligar a Região Metropolitana com linhas de aeromóvel se encontra uma das maiores companhias de construção no mundo. 

A empresa China Railway First Group (CRFG), que venceu a licitação para a obra civil do aeromóvel em Canoas e pretende ampliar o sistema para cidades próximas, é uma das subsidiárias da gigantesca China Railway Group — a qual conta com quase 300 mil funcionários divididos em 43 empresas afiliadas. Na lista das 500 maiores companhias do mundo elaborada pela revista Fortune, no ano passado a China Railway Group aparecia na posição 57. 

Acostumada a assumir obras ambiciosas ao redor do planeta, a CRFG, que sozinha conta com cerca de 30 mil empregados, escolheu Canoas como ponto de partida para planos mais ousados. Isso inclui assumir a concessão da Trensurb por 30 anos, transformando a linha metropolitana em um eixo ao qual se ligariam oito novos percursos de aeromóvel. 

— A gente conseguiu cumprir todas as exigências do governo brasileiro quando ganhou a licitação de Canoas. Isso vai facilitar muito (para participar de outras licitações), porque já estamos abrindo uma subsidiária em Canoas — explica o diretor comercial da CRFG no Brasil, Chhai Kwo Chheng. 

O objetivo de criar essa rede interligada é elevar o número médio de usuários do trem urbano, que hoje fica ao redor de 200 mil, para mais de um milhão em todo o novo sistema e criar um negócio sustentável de grande porte. O projeto alinhavado pela CRFG, em parceria com a empresa gaúcha Aeromóvel do Brasil, faz parte de uma política de expansão internacional da empreiteira chinesa colocada em prática ao longo dos últimos anos. A intenção dos chineses, agora, é implantar essa estratégia em solo gaúcho.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Empresa apresenta projeto de aeromóvel em Campo Grande

21/02/2017 -  Correio do Estado

Campo Grande pode ter um novo meio de transporte: o aeromóvel. A implantação deste tipo de 'trem' que anda em via elevada ainda é uma ideia. Hoje, o prefeito Marcos Trad (PSD) recebeu o representante de uma empresa interessada em instalar esta tecnologia já existente em cidades como Jacarta, na Indonésia e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. 

O projeto leva em consideração, principalmente, a ocupação mínima do espaço e, ainda, por se tratar de uma via elevada, libera a área do nível do solo para outras funções e atividade. 

O Aeromóvel é movido por propulsão pneumática – o ar é pressurizado por ventiladores, por isso é considerado sustentável. 

O prefeito afirmou que é hora de começar a elaborar um planejamento para desafogar o trânsito: “É necessário que comecemos a pensar em abrir as discussões no sentido de pensar em alternativas viáveis para resolver essa questão, principalmente pela mobilidade urbana”, declarou.