sexta-feira, 6 de julho de 2012

Trensurb prevê finalizar aeromóvel até dezembro

04/07/2012 - Jornal do Comércio

Oskar Coester, idealizador do veículo, considera viável o prazo estabelecido para finalização

Por Patrícia Comunello

A direção da Trensurb agendou para 20 de dezembro a conclusão do primeiro aeromóvel brasileiro. A conexão com quase um quilômetro, entre o Aeroporto Internacional Salgado Filho e a estação do trem metropolitano, em Porto Alegre, poderá ser aberta a passageiros em janeiro. O calendário foi admitido ontem pelo gerente de desenvolvimento de engenharia da estatal, Sidemar Francisco da Silva. A intenção dos executantes é cumprir a meta, após dois adiamentos devido a problemas na implantação do investimento de R$ 33,8 milhões, transformando o aeromóvel no presente de Natal para a cidade.

A etapa final do projeto será a conclusão das duas estações, situadas nas pontas do sistema e que começaram a ser construídas no começo de junho. Em agosto, a empresa que gerencia a obra, a Aeromóvel Brasil, projeta concluir a montagem da via elevada. Silva detalha ainda que, em outubro, os dois veículos de transporte (um carro para 150 passageiros e outro para 200) já estarão nos trilhos, o que permitiria dar a largada na integração com os demais componentes. No mês seguinte, a expectativa é começar a fazer os testes da automação e dos demais itens que compõem a tecnologia e operação. “Teremos mais de um mês de testes, colocando para início de janeiro a liberação. Todo sistema novo precisa de ajustes”, justifica o gerente da estatal.

A projeção do novo cronograma foi feita em reunião na semana passada entre a direção da Trensurb e a Aeromóvel Brasil, que faz a fiscalização e gerenciamento da implantação. Silva diz que não foi definido se haverá um ato oficial para marcar a entrega. “A inauguração será só quando o equipamento estiver pronto para transportar os usuários”, preveniu o gerente. Segundo o atual estágio, 79% da via elevada e dos sistemas de controle e propulsão e da composição dos trilhos estão completados, 84% da fabricação dos veículos e 7% das estações. O aeromóvel integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e é a obra mais avançada do pacote de mobilidade para a Copa do Mundo de 2014, que terá uma das sedes na Capital.

Na trajetória da execução, o mais recente aditivo ocorreu no contrato da fabricação dos veículos, que não implicou em aumento do valor, assegurou Silva. A T’Trans, que confecciona as encomendas em sua unidade em Três Rios, no Rio de Janeiro, reforçou a estrutura física dos carros, feitos de fibra de carbono, e acrescentou freios ABS. “Isso garantirá freada mais precisa. O projeto foi aprimorado”, valoriza o gerente. As melhorias ampliaram em seis meses a conclusão, que coincide com as demais etapas. O coordenador de contratos da T’Trans, Luiz Fernando Pereira, justificou que a execução é demorada pois o processo é artesanal e ainda não havia referência de construção em escala comercial no Brasil. “Aqui usamos mais aço na composição de trens, já no exterior é comum uso de fibra”, contrasta.

Já na sede da metalúrgica Coester, em São Leopoldo, estão encaixotados, à espera da transferência para a via elevada, os componentes mecânicos e elétricos do conjunto da propulsão, a ser instalado nos trilhos e que movimentará os veículos. Além disso, um protótipo do novo modelo de veículo é usado para testes. O equipamento, cujo motor foi construído em Caxias do Sul e o restante do pacote tecnológico foi montado no Rio, chegou há cerca de 15 dias em duas carretas. O volume deve-se à existência de dois conjuntos iguais, que operarão em sistema de redundância. “Se um falhar, o outro é acionado”, esclarece o criador do aeromóvel, Oskar Coester. O conjunto será instalado em cada ponta da extensão, nas estações de máquinas. O pai da tecnologia, que até hoje só foi implantada em Jacarta, capital da Indonésia, na Ásia, considera que o término da montagem em 20 de dezembro é viável, desde que nada mais aconteça fora do projetado.

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