terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Trensurb e Prefeitura firmam acordo para estudo do aeromóvel na zona sul

19/12/2011 - Trensurb

Documento assinado na manhã de hoje, 19, prevê cooperação para desenvolvimento de estudo de viabilidade técnica e econômica do empreendimento. Evento na Sociedade de Engenharia do RS teve organização da Frente Parlamentar pela Reforma Urbana.

Na manhã desta segunda-feira, 19, a Trensurb e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre – com interveniência da Secretaria Municipal de Transportes (SMT) e da Empresa Pública de Transportes e Circulação S.A. (EPTC) – firmaram um termo de cooperação em ato realizado na sede social da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (SERGS), no bairro Pedra Redonda. O objetivo é integrar as atividades das entidades para o desenvolvimento de um estudo de viabilidade técnica e econômica a respeito da implantação do modal Aeromovel na ligação de transporte da Zona Sul de Porto Alegre.

Desenvolvido pelo Grupo Coester, de São Leopoldo (RS), o Aeromovel é um meio de transporte automatizado, em via elevada, de concepção totalmente brasileira, que utiliza veículos leves, não motorizados, com estruturas de sustentação esbeltas. Sua propulsão é pneumática – o ar é soprado por ventiladores industriais de alta eficiência energética, por meio de um duto localizado dentro da via elevada. O vento empurra uma aleta (semelhante a uma vela de barco) fixada por uma haste ao veículo, que se movimenta sobre rodas de aço em trilhos. Uma linha do modal já está em implantação pela Trensurb, em Porto Alegre, entre a Estação Aeroporto do metrô e o Terminal 1 do Salgado Filho.

O termo assinado prevê a execução do estudo de viabilidade pela área técnica da empresa metroviária, com acompanhamento e suporte de profissionais da administração municipal, buscando uma ligação da Zona Sul da capital com o sistema Trensurb, o futuro Metrô de Porto Alegre e os principais pólos geradores de tráfego existentes e projetados no eixo.

Ousadia e cautela

O anfitrião Sérgio Zimmermann, presidente da SERGS e representante do Fórum de Infraestrutura das Entidades da Engenharia, classificou o projeto a ser estudado como a “ressurreição de uma esperança” para o piloto do Aeromovel implantado no Centro de Porto Alegre ainda na década de 1980. “Temos agora o sonho de materializar em uma coisa concreta que pode trazer à nossa cidade um serviço com sustentabilidade, visando ao nosso futuro”, declarou.

Em sua fala, o diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper, destacou a política do governo federal para as empresas públicas, que devem ter projetos que contribuam com o desenvolvimento nacional e a inovação tecnológica. “Além da oferta de um serviço de qualidade, da sua expansão e da sua integração com os demais modais da Região Metropolitana e da capital, nós buscamos fomentar, contribuir com projetos de desenvolvimento nacional e que tenham impacto na nossa economia regional e local”, afirmou. Kasper espera que o sucesso da implantação do Aeromovel Trensurb-Aeroporto motive a sua utilização em todo o país e a criação de uma cadeia produtiva nacional: “Pelas características específicas do conceito da tecnologia Aeromovel, entendemos que ele tem o seu lugar e poderá marcar época no nosso país”. Quanto ao papel da Trensurb no estudo de uma linha para a Zona Sul de Porto Alegre, o diretor-presidente afirma que a intenção é contribuir tecnicamente com a viabilização da tecnologia para além de uma ligação ponto a ponto – como na linha do Aeroporto –, com um sistema de transporte coletivo regular.

Por sua vez, o vereador Carlos Comassetto, presidente da Frente Parlamentar pela Reforma Urbana do legislativo municipal porto-alegrense, destacou a unidade técnica existente que permitirá a realização dos estudos de viabilidade. Segundo ele, o Aeromovel tem de “vir para se agregar à estética e à mobilidade urbana da cidade de Porto Alegre”.

Para o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Adão Villaverde, a iniciativa pode significar três coisas importantes: “Primeiro: o poder público enfrentando este tema da mobilidade. Segundo: nós [gaúchos], aportando inteligência e capacidade nossa. E terceiro: nós, colocando, do ponto de vista da mobilidade urbana, mais um modal que, eu tenho certeza, pode, junto com o trem e as iniciativas que o Executivo está tomando para a Zona Sul, entre outras, nos ajudar a dar esse grande salto que a capital precisa”.

Por fim, José Fortunati, prefeito de Porto Alegre, falou em duas palavras-chave quanto à possível implantação do Aeromovel da Zona Sul: ousadia e cautela. Segundo Fortunati, não se pode deixar de pensar grande, porém cautelosamente, respeitando-se o sistema de transportes já implantado e os próprios estudos técnicos rigorosos que serão realizados. “Não é a cautela de quem não quer. Ao contrário, é a cautela de quem deseja viabilizar o Aeromovel da Zona Sul em bases consolidadas”, declarou.

Na ocasião, além do diretor-presidente Humberto Kasper, representaram a Trensurb: Ney Michelucci Rodrigues, diretor de Administração e Finanças; Paulo Renato Amaral, diretor de Operações; Sidemar Francisco da Silva, gerente de Projetos e Obras; Rubens Pazin, assessor executivo da Presidência. Também participaram, entre outras autoridades: o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari; a diretora de Transportes da EPTC, Maria Cristina Molina LAdeira; o diretor-presidente da Aeromovel Brasil S.A., Oskar Coester.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Autoridades fluminenses visitam o Aeromóvel

14/12/2011 Trensurb

Na terça-feira, 13, uma comitiva de autoridades ligadas ao transporte coletivo do estado do Rio de Janeiro realizou visita técnica para conhecer as obras de expansão da Trensurb e o projeto Aeromovel. Entre os visitantes, estiveram: Julio Lopes, secretário estadual dos Transportes do Rio de Janeiro; Hudson Braga, secretário estadual de Obras; Bento Lima, diretor de Engenharia da Companhia de Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro (RIOTRILHOS); Vicente Loureiro e Luís Antônio Portella, subsecretários da Secretaria de Obras.

Ainda pela manhã, a comitiva acompanhou o estaqueamento da linha do Aeromovel, junto ao Aeroporto Salgado Filho, e assistiu a apresentação do projeto na sede administrativa da Trensurb, em Porto Alegre. À tarde, os visitantes conheceram a empresa Coester Automação S.A., acompanhados por Oskar Coester, criador da tecnologia Aeromovel, e por Ernani Fagundes, superintendente de Desenvolvimento e Expansão da Trensurb. O secretário Julio Lopes afirma ter boas expectativas em relação à concretização do Aeromovel em Porto Alegre. “Temos acompanhado este projeto que, além de moderno, é uma experiência importante que pode ser utilizada pelo resto do Brasil e muito provavelmente pelo Rio também”, comentou.

A visita estendeu-se ao canteiro de obras da expansão norte da Linha 1 do trem, em Novo Hamburgo. Bento Lima, diretor da RIOTRILHOS, avaliou positivamente o rápido andamento das obras. Já o secretário Julio Lopes declarou sua satisfação em conhecer o processo empreendido pela Trensurb, pois essa expansão tem grandes semelhanças em relação à implantação da Linha 3 do metrô fluminense – em um dos trechos mais densos da área metropolitana do Rio Janeiro. “Nós esperamos realizar uma obra tão bonita e tão rápida como esta”, concluiu.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Aeromóvel volta aos trilhos em Porto Alegre

13/12/2011 - Brasil Econômico

Décadas depois de ganhar notoriedade mundial com o revolucinário projeto (hoje desativado) do aeromóvel, Porto Alegre volta a colocar o veículo nos trilhos.

Por Lurdete Ertel

Começam a sair da prancheta nesta semana as obras da linha de aeromóvel que vai ligar o Aeroporto Internacional Salgado Filho, na capital gaúcha, até a estação de trem mais próxima.

A partir desta semana, os entornos do terminal terão a rotina modificada pelos trabalhos de construção do elevado com 952 metros de comprimento por onde irão circular dois veículos movidos a ar, fabricados no estado do Rio de Janeiro pela T'Trans.

Projeto do Trensurb, empresa de trens urbanos da região metropolitana de Porto Alegre, a nova linha do aeromóvel é uma das obras deslanchadas para a Copa do Mundo de 2014. Mas deve ficar pronta bem antes, ainda em julho do próximo ano, segundo o cronograma contratado.

Destinado a ser uma atração turística, o Aeromóvel do Aeroporto Salgado Filho terá custo estimado em R$ 33 milhões.

Será a primeira linha comercial do Aeromóvel no Brasil. Porto Alegre já teve um trajeto em anos passados, mas era um projeto-piloto que serviu de mostruário da tecnologia.

Fonte: Brasil Econômico
 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Aeromóvel deve entrar em operação em junho de 2012 no RS

08/12/2011 - Jornal do Comércio

Dois veículos, um com capacidade para 300 passageiros e outro com 150 lugares, farão a ligação entre a estação do Trensurb e o aeroporto Salgado Filho

Por Jefferson Klein
 
Demorou alguns anos, mas depois da tentativa de concretizar um transporte revolucionário no Centro de Porto Alegre, o aeromóvel será utilizado na Capital gaúcha para transportar passageiros entre o aeroporto Salgado Filho e a estação da Trensurb mais próxima. De acordo com o diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper, a operação do veículo movido a vento deverá iniciar até junho de 2012.

O dirigente explica que são várias etapas distintas da obra que estão acontecendo simultaneamente, através de quatro contratos firmados. O principal, com a empresa Aeromóvel Brasil, tem como objeto desenvolver o pacote tecnológico e gerenciar a implantação da totalidade do projeto. A construção do elevado por onde se movimentará o veículo ficou a cargo da construtora Premold, o que inclui a execução das fundações e dos  pilares.

Para acelerar o processo, a licitação da obra civil das duas estações de conexão do aeromóvel foi feita separadamente. A companhia vencedora foi a Arcol Engenharia. Os veículos também foram alvo de um acordo próprio e a T’Trans os está fabricando no município de Três Rios, no estado do Rio de Janeiro. A previsão de conclusão desses equipamentos é para abril do próximo ano.

Serão adquiridos dois veículos, possibilitando que um fique de reserva caso ocorra algum problema de operação. Um deles terá capacidade para 300 passageiros, com utilização prevista para os horários de maior movimento, e outro de 150 lugares, que poderá ser aproveitado em momentos de menor demanda. Quando concluído, o aeromóvel deverá percorrer os 952 metros que separam o Salgado Filho e a estação da Trensurb em cerca de 90 segundos.

Sobre o uso dessa solução para fazer a conexão com o Salgado Filho, Kasper argumenta que os aeroportos brasileiros apresentam atualmente uma grande deficiência quanto aos acessos por meios de transporte públicos. “Esse problema foi apontado durante a CPI da crise aérea brasileira e uma das recomendações foi que o governo tratasse desse tema”, lembra o executivo. Ele destaca que já naquela ocasião a alternativa do aeromóvel foi mencionada.

O diretor-presidente da Trensurb ressalta ainda que, com a redução dos preços das passagens aéreas, todas as classes econômicas estão utilizando esse modal atualmente. Com isso, aumenta a perspectiva do número de usuários que poderão optar pela Trensurb para chegar ao aeroporto gaúcho. Kasper salienta que, além de o trem permitir uma ligação com o Centro de Porto Alegre, a expansão vai levar passageiros até Novo Hamburgo. Essa iniciativa prevê, no total, mais 9,3 quilômetros da Linha 1, atingindo o total de 43 quilômetros de extensão. A estimativa é de que com esse empreendimento cerca de 30 mil novos passageiros ao dia sejam agregados à movimentação da Trensurb.

“As pessoas poderão deixar seus automóveis em casa e irem de trem para o aeroporto, até porque o estacionamento do complexo encontra-se com pouco espaço”, projeta Kasper. O executivo acrescenta que o aeromóvel será considerado uma continuação da Trensurb, que será responsável pela sua operação. Ou seja, não será cobrada uma nova tarifa, além da usual do transporte de trem, para quem utilizar o serviço.

Investimento será superior à previsão inicial do projeto

Inicialmente, o investimento estimado para concretizar o sistema de transporte utilizando o aeromóvel até o aeroporto Salgado Filho era de aproximadamente R$ 29 milhões. Contudo, esse valor sofrerá algumas alterações. O diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper, calcula que o montante deverá chegar, no final da obra, a algo em torno de R$ 33 milhões.

Entre os motivos desse incremento, o executivo revela que, quando a Premold começou a realizar as fundações da estrutura, foi constatado que havia uma adutora enterrada que precisaria ser removida. Esse obstáculo não aparecia nas plantas da prefeitura. Os saldos dos contratos precisam ser reajustados também. Kasper revela ainda que, no ano passado, não houve a liberação de recursos suficientes para alcançar a velocidade esperada da obra. A ideia era gastar R$ 9 milhões, mas só foram liberados R$ 3 milhões.

Essas questões fizeram com que a perspectiva de início de operação do aeromóvel, antes estimado para o começo do próximo ano, passasse para meados de 2012. Os recursos para a concretização do empreendimento serão provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.

Apesar dessas dificuldades, Kasper afirma que em breve as obras da estrutura elevada do aeromóvel começarão a se destacar na paisagem próxima ao aeroporto. Ele relata que os 70 pilares que comporão o complexo já foram fabricados e a parte das fundações, onde as estruturas serão encaixadas, também se encontra em fase avançada. Kasper comenta que, conforme um estudo realizado pela Ufrgs, a expectativa é de que cerca de 7 mil passageiros utilizem o sistema do aeromóvel diariamente. No entanto, o dirigente acredita que esse número pode ser ainda maior.

Metrô de Porto Alegre aumentará as possibilidades de utilização do veículo

A construção da linha 1 do metrô de Porto Alegre contribuirá para potencializar a Linha 1 da Trensurb, aumentando a movimentação dos dois sistemas, projeta Humberto Kasper. Essa perspectiva, segundo ele, amplia as oportunidades de aproveitamento do aeromóvel para promover a conexão dos dois meios de transporte.

Uma ação fundamental quando o metrô for finalizado, segundo o dirigente, será a conexão da linha 1 com o terminal intermodal (ônibus e metrô) Cairu. Ele adianta que uma alternativa seria fazer uma derivação da própria linha da Trensurb até o local. “Outra fórmula seria a ligação entre a estação da Trensurb e a Cairu com o aeromóvel”, informa Kasper.

O executivo relata que a Trensurb convidou empresas para desenvolverem projetos que aproveitem a tecnologia do aeromóvel, assim como a de outros sistemas leves sobre trilhos. “Eventualmente, podemos discutir com a prefeitura de Porto Alegre outras utilizações para o aeromóvel”, adianta. Kasper acrescenta que há ideias, uma delas o uso do sistema sobre o arroio Dilúvio, consolidando uma linha ao longo da avenida Ipiranga, que também poderão ser avaliadas.

Outra oportunidade será aberta com a construção da Arena do Grêmio, no bairro Humaitá. Kasper faz a ressalva de que a Fifa recomenda certa distância entre um estádio de futebol e o modo público de transporte. “Isso para que haja o arrefecimento dos ânimos depois da saída do jogo”, explica. Nesse sentido, a estação Anchieta da Trensurb está a uma distância satisfatória em relação ao estádio gremista, a cerca de 1,5 quilômetro.

“Mas haverá vários empreendimentos comerciais associados ao complexo e, para esse público que circulará na região no dia a dia, seria interessante uma ligação entre a estação e o local”, argumenta. Uma possibilidade levantada é que essa conexão possa ser feita pelo aeromóvel durante os dias normais, com o serviço sendo interrompido durante os dias de jogos. Kasper salienta ainda que a Pucrs iniciou estudos para a eventual implantação do sistema aeromóvel dentro do seu campus.

O professor da Faculdade de Engenharia da universidade Edgar Bortolini explica que está prevista a construção de uma linha-laboratório na Pucrs. Ainda não está definido o cronograma do empreendimento, mas o complexo servirá para aprimorar a tecnologia empregada no aeromóvel e envolverá Pucrs, Ufrgs, Finep e Aeromóvel Brasil. Bortolini adianta que um dos focos dos estudos será o aumento da eficiência energética do sistema. Essa meta pode ser alcançada diminuindo o peso do veículo. “Quanto mais leve for o veículo, maior a eficiência energética”, diz.

Coester desenvolve conceito do trem movido por ventilação forçada desde a década de 1960

Na década de 1960, o idealizador do aeromóvel, Oskar Coester, já pensava que quando se trata do tema mobilidade há três fatores importantes: o tempo de espera, o acesso e a velocidade. Nessa época, ele formatava a concepção de um veículo extremamente leve, como que constituído da fuselagem de um avião, apoiado sobre trilhos.

Sua experiência na Varig, onde trabalhou por 13 anos, assim como cursos de especialização na Boeing, contribuiu para o aprimoramento desse conceito. “A gente não inventa nada, apenas enxergamos as coisas quando estão a nossa vista, tudo isso não teria acontecido se eu não trabalhasse na aviação”, afirma Coester.

Depois de um período em que esteve mais focado nas atividades habituais da sua empresa, durante uma viagem para Porto Alegre, preso em um engarrafamento, Coester retomou seu projeto, focando-se em qual seria a forma de movimentar o veículo. “E, não sei por que cargas d’água, pensei em por que não usar o princípio do barco a vela”, relata Coester. Ele acrescenta que lembrou das vagonetas dos molhes do município de Rio Grande.

A partir dali o que era uma idealização começou a se tornar realidade. Em 1979, assinou convênio com a então Empresa Brasileira de Transportes Urbanos (EBTU), Fundação Universidade-Empresa de Tecnologia e Ciências da Ufrgs e Coester para a construção de um trecho experimental do aeromóvel, com 500 metros de extensão. Os testes, efetuados no bairro Serraria, em Porto Alegre, indicaram viabilidade técnica e econômica da utilização da tecnologia em sistemas de transporte urbano de média capacidade.

Essa primeira experiência utilizou um veículo de 12 lugares. Um ano depois, o mesmo equipamento foi apresentado em uma feira realizada em Hannover, na Alemanha, e em nove dias foram transportadas cerca de 18 mil pessoas. “Foi a grande atração”, recorda Coester.

Logo depois, em 1981, começou a ação envolvendo o aeromóvel que, até o projeto ao lado do aeroporto Salgado Filho, era a mais conhecida dos gaúchos. Naquele ano, o Ministério dos Transportes e o governo do Estado assinaram contrato para implantação da Linha-Piloto de Porto Alegre, ao lado da avenida Loureiro da Silva, com 1.025 metros de via elevada, conectando duas estações com um veículo articulado com capacidade para 300 passageiros. A inauguração ocorreu em 1983.

Com as mudanças dos governos, não houve expansão da malha, o que inviabilizou a operação comercial do sistema. Originalmente, o objetivo era instalar um anel viário na área central da Capital gaúcha para o aproveitamento do aeromóvel. No final da década de 1980, a tecnologia atravessa o oceano e é aproveitada em uma linha concretizada em Jacarta, na Indonésia.

Agora, Coester imagina novos destinos para o aeromóvel. Para ele, a via elevada soluciona a limitação dos espaços nas cidades. “E o mérito dessa tecnologia é o de movimentar as pessoas gastando menos energia e dinheiro”, enfatiza. As universidades estão entre os possíveis clientes desse meio de transporte. O sistema poderá ser empregado, no futuro, na universidade da Geórgia, em Atlanta, nos Estados Unidos.

Empresa pretende propagar o uso da tecnologia

A expectativa dos empreendedores com o projeto que está sendo implantado no Estado é que a iniciativa sirva de vitrine para a ampliação do uso da tecnologia no País e para exportação. O coordenador de engenharia da Aeromóvel Brasil (empresa vinculada ao grupo Coester), Diego Abs, enfatiza o baixo custo de implantação e operacional.

Ele salienta que os componentes dos veículos podem ser adquiridos no mercado nacional, dispensando a importação. “Essa característica contribui para desenvolver uma cadeia produtiva local”, aponta Abs. Ele revela que estão sendo debatidas dentro da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) formas de certificação para o transporte. Com isso, ele prevê que aumentará o interesse de outros órgãos públicos.

Abs sustenta que o equipamento pode ser adaptado dentro da malha urbana sem maiores dificuldades. Além disso, representa um pequeno impacto ambiental, com baixa emissão de ruídos e pouco consumo de energia. Os princípios básicos do projeto que está sendo implementado próximo ao Salgado Filho são semelhantes aos empregados na iniciativa desenvolvida ao lado da usina do Gasômetro, em Porto Alegre. Mas os materiais, os componentes e o design do aeromóvel atual são diferentes.

O veículo contará com ar condicionado e televisores, entre outros confortos. A operação será realizada automaticamente, sem condutor. “É como se fosse um elevador horizontal”, explica Abs. A movimentação do veículo será viabilizada por um ventilador que envia ar para dentro de uma tubulação, sob os trilhos. Depois disso, o vento impele uma placa de propulsão. “É um barco a vela virado ao contrário”, compara Abs.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Finalizado o painel de controle do aeromóvel

02/12/2011 - Trensurb

Dispositivo que colocará em movimento o Aeromovel entre a Estação Aeroporto da Trensurb e o Aeroporto Salgado Filho foi apresentado nesta sexta-feira, 2, em Caxias do Sul.


Nesta sexta-feira, 2, o painel de controle do Aeromovel foi entregue pelo Grupo Voges – especializado em fornecer soluções customizadas em eficiência energética e peças de fundição de alto grau de segurança. O projeto, que fará a ligação direta entre a Estação Aeroporto da Trensurb e o Terminal 1 do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, é um sistema rápido, seguro, econômico e sem prejuízo ao meio ambiente. O dispositivo entregue hoje é uma solução de acionamento que une motor elétrico e inversor de frequência. A apresentação do painel, na sede da Voges Motores, em Caxias do Sul, contou com as presenças de: Humberto Kasper, diretor-presidente da Trensurb; Ernani Fagundes, superintendente de Desenvolvimento e Expansão da empresa metroviária; Euclides Reis, gerente de Mobilidade Urbana da Trensurb; Sidemar da Silva, gerente de Projetos e Obras da Trensurb; Oskar Coester, fundador do Grupo Coester e idealizador da tecnologia Aeromovel; Osvaldo Voges, diretor-presidente do Grupo Voges; gestores e técnicos das três empresas.

Para o projeto, a Voges forneceu um motor de 500 HP, 2 polos, carcaça 355. O motor, de alto rendimento, customizado e desenvolvido especificamente para a aplicação, é o responsável por acionar o ventilador que promove o fluxo de ar que impulsiona o Aeromovel. Na parte de inversores, a linha Unidrive SP, desenvolvida em parceria com a Emerson Control Techniques, aciona eletronicamente o motor, controlando a velocidade e o fluxo de ar do sistema.

Foto: Rogério Aver Pizzolatto, do Grupo Voges

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